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17 junho 2012

Encerramento de vias férreas versus desertificação




Dir-se-á que é o progresso e que o futuro avança assim, inexoravelmente, espezinhando razões históricas, civilizacionais, ambientais, da economia e dos interesses locais. A questão é que o futuro, em Portugal, tem avançado às arrecuas. Desde a década de 80 do século XX, o encerramento de linhas e troços ferroviários passou a ser uma espécie de desígnio nacional. E, como está bem à vista, não foi por isso que Portugal avançou... a não ser rumo à desertificação. A desertificação do Interior-Norte é directamente proporcional ao desinvestimento em vias-férreas e comboios.


Aliás, o encerramento de linhas de caminho de ferro é apenas um capítulo da mesma política que arrasou outros sectores da economia, da história, da soberania e da vida colectiva portuguesas. Em nome do progresso, deliberadamente, sucessivos governos portugueses desmantelaram sectores imensos de actividade como fossem a marinha mercante, as pescas, a agricultura. E ninguém venha dizer que Portugal ficou mais rico, mais independente ou mesmo mais moderno com tais políticas de terra queimada ou, como também poderá dizer-se aludindo às vias-férreas, políticas de pouca-terra. Poderão esgrimir-se as mais eruditas teorias, as mais modernas correntes de opinião, a mais sonante propaganda. Nada disso altera a realidade que é o empobrecimento, a desertificação e a submissão do País.


A grande questão é que excluindo os grandes interesses plutocráticos, os políticos portugueses não têm em geral qualquer ideia ou projecto sobre o futuro do País. E assim, feche-se, liquide-se, destrua-se, arrase-se. E o Deus dinheiro que reconstrua um país à sua imagem e semelhança.


Fonte: http://economico.sapo.pt/noticias/nprint/78023.html





1 comentários:

O texto, os vídeos são mais que evidentes para dar margem a grandes comentários, só deixa a margem para a nossa indignação pela pobreza intelectual dos nossos governantes e Administradores.
Espezinhamos a história, a cultura e o património de uma região em que as populações construíram, no rigor de verões escaldantes e no desconforto de invernos frios, a sua região que amaram e transmitiram aos seus descendentes.
Cabe-nos a missão de não permitir que a destruição continue e o refazer de tudo o que já está perdido.
A consciência, o bom senso, o respeito pelos que construíram, assim o exige e só quando conseguirmos os nossos objectivos poderemos estar em paz connosco e com os nossos antecedentes.

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