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22 dezembro 2011

Tabernas de Foz Côa



Relação de algumas Tabernas de Foz Côa- Década de 50
Pela Influência que tiveram em muitos episódios.


PRAZERES                                                       Pocinho
BACANA                                                           Rua da Quelhas               
RAMALHO                                                        Rua da Quelhas
GAGO                                                              Conceição
FIGUINHA                                                         Conceição
PANTELHA                                                       Rua de S. Miguel
PAXISA                                                             Rua de S. Miguel
LUÍS VEIGA                                                      Rua dos Combatentes
DESELDA                                                         Rua dos Combatentes
MONTEIRO                                                       Rua dos Combatentes
GOVERNANTA                                                 Praça do Tablado
BARRIGA VERDE                                             Rua D.ª Feliciana
VASCO                                                             Rua do Castelo
COSTA                                                             Rua da Pedreira
LOURENÇO                                                      Rua da Pedreira
REGEDOR                                                        Travessa da Pedreira
BRASILEIRO                                                      Rua D.ª Berta Montalvão
MÁRCIO FAUSTINO (Xanco)                             Rua de S. Miguel
MARIA ALTINA                                                   Rua de santa Quitéria
SAQUETA                                                          Conceição
PECHINCHA                                                       Largo do Picadeiro
PRETO GUERRA                                               Rua do Relógio

A propósito, aqui ficam dois episódios passado em Tabernas.

1-A ESTRADA DE LAGOAÇA QUEM LÁ PASSAR QUE A FAÇA
No meio do século passado, antes da emigração para a Europa, especialmente para França, havia muita falta de trabalho. As pessoas deslocavam-se sazonalmente para trabalhos agrícolas e outros, daí a designação de "Os Ílhavos", "Os Ratinhos da Beira", "Os Gaibéus", etc.
Em Foz Côa, um grupo de homens que procurava trabalho além-douro, para os lados de Lagoaça, dirigia-se para lá, pois se encontrava em construção uma estrada que dava o ganha-pão a quem para lá fosse trabalhar.
As mulheres arranjaram-lhes as merendas, a jornada era longa e lá vai uma catréfia deles, a caminho de Lagoaça, a pé, já se sabe.
Ao passarem no Pocinho, cansados, claro, entraram na taberna da ti Prazeres.
 E... sem vintém, um deles mandou vir uma rodada (de vinho, é claro). A ti Prazeres guardava o vinho em garrafas, envoltas no chamado pé de meia, de algodão, que desde que fosse regado, mantinha fresca a bebida. Veio a primeira rodada, sem ser paga, pois ninguém levava vintém e logo outro mandou vir outra, prometendo à ti Prazeres que pagariam no regresso.
Rodada atrás de rodada, as coisas complicaram-se, a pontos de um dos do grupo, já dia adiantado e bem, põe a mão fora da taberna, por cima dos dois meios portões e exclama:
 — Até queima Zé Casal... mais um pé de meia ti Prazeres!!!
E do Pocinho não passaram, regressando a Foz Côa, "alegres" mas tristes, por causa das responsabilidades familiares, pois certamente iriam ouvir das bonitas.
E assim foi. As mulheres invectivaram-nos, chamando-lhes tudo, desde irresponsáveis até desavergonhados e mandriões, pois nem pão conseguiam ganhar para os filhos.
E, meio envergonhados, tudo iam "engolindo", porque afinal as mulheres até tinham razão. Mas houve um, mais destemido, dos tais que nem a tudo se verga, mesmo sem razão, teve esta tirada excepcional:
—Olhem... a estrada de Lagoaça, quem lá passar que a faça!!!
(Boa tirada, sem dúvida).

Antiga Taberna Prazeres
Foto publicada por Toni Morgado


2-APONTA NO CU DA PIPA
A Toninha Saqueta ficava de serviço na taberna, enquanto o marido ia amanhar as propriedades. Um freguês certo, diário, vinha beber o seu copo, fiado, ao que a taberneira marcava com um sinal no tonel.
Quando o marido regressava, perguntava à mulher.
— Olha lá, Fulano veio beber? E apontaste?
— Sim, apontei, está ali no cu da pipa.
Isso repetia-se paulatinamente, até que um dia o freguês, por qualquer motivo, faltou.
O marido, como sempre, perguntou se o freguês tinha vindo e a mulher respondeu que naquele dia, não.
— E apontaste?
 — Não, pois se não veio…!!! 
— Olha, se não veio que viesse, ninguém o mandou faltar, aponta no cu da pipa e já.


(…)
Houve colaboração de muita gente que se prestou a contar este ou aquele pequeno episódio, esta ou aquela história, salientando a prontidão sempre demonstrada por todos, para assim darmos a conhecer aspectos já subconscientes e compreender alguns porquês de certas atitudes e expressões, passando a fazer parte da cultura popular viva.
(…)
Por: Joaquim Alberto dos Santos Marques (CÔAVISÂO).

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