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06 novembro 2011

Rio Côa é o pretexto


A Nascente e a Foz cada vez mais próximas
Esta é uma daquelas notícias que nada diz à comunicação social.

Não foi uma bomba que caiu; não foi um acidente de viação em que morreram cinco pessoas; não foi um padre que vendeu santos; nem foi um neto que bateu na avó. Nada disso. Para a grande imprensa, este acontecimento será de todo irrelevante. Porque a amizade não dá notícia.
E porque de amizade se trata.

O que acontece pode ser tido como trivial, mas é raro e maravilhoso. As gentes da foz e da nascente do Rio Côa decidiram conhecer-se melhor e desenvolver entre si sentimentos de amizade, de desenvolvimento e de paz. Tão simples quanto isso.
A culpa é do Côa, um rio que lhe deu para seguir norte acima, por caminhos belos e agrestes, a caminho de outro, do mais turbulento que desagua em Portugal.

O Côa dos paleolíticos e de outros povos, que nasce na serra das Mesas, num prolongamento da Malcata, e vem abraçar-se ao Douro, seguindo com este e outros em demanda das terras do sem fim. Um Rio que, no seu percurso, visita e anima gentes de trabalho, pacífica e honrada, quase sempre mal amada pelo poder.


Onde os quatro bispos fronteiriços se entendiam, sentados cada um num extremo do seu território, nasce esse Rio magnífico, que foi ribeira para as lavadeiras, paraíso para os pescadores, desafio para os perseguidores das trutas, palco para contrabandistas, esperança para moleiros, espelho para luas fugidias, tribulação para as edepês e grande filão para a arqueologia.

Os da nascente, nos Fóios, desejaram conhecer melhor os amigos do Côa que povoam a foz, enquanto, ao mesmo tempo, em Foz Côa se almejava dar um abraço especial às gentes que vivem no sopé da Serra das Mesas.

Com tais desejos se têm encontrado, nos Fóios e em Foz Côa. Para além dos autarcas de freguesia, com os dinâmicos José Manuel Campos e Fernando Fachada, e os respectivos presidentes e vereadores das câmaras municipais do Sabugal e de Foz Côa, tendo a seu lado um bom punhado de vibrantes mulheres e homens das respectivas populações, provindos de associações locais de cultura e desenvolvimento (“Foz Coa Friends e Associação Recreativa de Fóios).





Um grupo de fozcoenses já fizera uma visita a Fóios e de lá veio penhorado e feliz; agora vieram gentes dos Fóios a terras da Foz do Côa. Mostraram-lhes os nossos o que teremos de melhor: os seus monumentos (pelourinho e igreja matriz), as suas paisagens (terrestres e fluviais, estas apreciadas num passeio pelo Douro até à Barca de Alva, com refeição de produtos regionais servida a bordo) e depois uma visita ao Museu do Côa, terminando com um lanche onde o convívio atingiu pontos altos, com destaque para o grupo de “Cantares do Rancho Folclórico de Vila Nova de Foz Côa” e para um sem número de improvisos, de ambos os lados e sempre felizes, porque excelentes apontamentos etnográficos dos dois pontos extremos do Rio.














O dia estava ensolarado e ameno, permitindo o prazer de um convívio natural entre gente que, da nascente à foz, se identifica pelo seu amor ao Rio que os configura. Entre “primos”, filhos de irmãos, sobrinhos do “Tio” Côa, o Tio-Rio que os encanta e lhes dá, com esse parentesco, a razão de ser da alegria dos encontros.


Pois é assim mesmo que se faz crescer um “Pacto de Amizade“...

M.D.

Fonte:


3 comentários:

Fui um dos 'fojeiros' felizardos que participou primeiro na paella dos Fóios e depois nesta magnífica visita a V. N. de Foz Coa, na viagem com lauto almoço no Rio Douro, na visita ao Museu do Coa e no convívio na junta de Freguesia, entre outros eventos que também incluíram uma visita à muito interessante Igreja fozcoense. As imagens estão óptimas. E as recordações desse dia não vou esquecê-las tão depressa.
José R. Pires Manso
www.dge.ubi.pt/pmanso

E, como todos os "Pactos de Amizade" exigem, outras oportunidades surgirão para ele crescer e dar frutos. Parabéns aos anfitriões e aos visitantes!

O Dr. Manuel Daniel abraçou desde o início, enquanto projeto, este “pacto de amizade”. Aquando da receção dos nossos “primos” da nascente do Côa, muito discretamente, conseguiu de imediato a atenção e simpatia de todos com as suas doutas explicações quanto às riquezas arquitetónica e histórica da nossa igreja matriz, durante todo o dia, sempre com a sua habitual discrição (afastando protagonismos), não se coibiu de esclarecer, pormenorizadamente, tudo que lhe era solicitado, foi, como sempre, um verdadeiro companheiro.
Agora, brinda-nos com este excelente texto, donde sobressai um genuíno calor humano que denota apenas o objectivo de fortalecer e solidificar este “pacto de amizade” tão desejado pelo nosso Rio (Tio) Côa.
Em cada reencontro com o Dr. Daniel, comprovo o que ouvi durante anos… “O Dr. Daniel é um verdadeiro Amigo”
O João Pala (Pai) diria: obrigado por tudo, meu bom e leal Amigo Dr. Daniel.
Eu subscrevo
Um forte abraço
João Pala

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